03 janeiro 2011

Sentir e esperar...

Existe um grande problema em gostar de alguém. Um grande problema em se importar com alguém. Um grande problema em parar de pensar só em você.
Os sentimentos da pessoa.

"Mas por quê?"

Bom, pra muita gente isso pode até ser a parte boa. A pessoa em questão gosta de você. Ela se importa. Ela se sente bem. E isso tudo é muito bom. Uma maravilha e tal.
Mas...

E o outro lado? E quando ela não gosta? E quando ela não se sente bem?
E quando você vê que a pessoa em questão não está bem e, por isso, você acaba não se sentindo bem também?

"Oras, isso é aceitável. Afinal, você se importa. Quer ver a felicidade da pessoa em questão."

Entendo.
Mas...
Existe uma leve diferença entre a dita pessoa não estar bem e não estar bem com você.
Se ela está triste, bom, você tenta ajudar. E talvez consiga. Ou talvez não. Mas, a sua participação na história é pelo lado bom. Ajudou. Tentou. Não importa. Estava lá como um apoio.

Agora, e se a culpa da tristeza alheia é sua?
E se foi você, jovem padawan, que colocou caraminholas na cabeça de outra pessoa, fazendo-a se sentir infeliz?
E aí, o que você faz com o sentimento de culpa?
Porque sim, o sentimento de culpa existirá. Você sabe que existirá.
"Fiz uma pessoa aleatória infeliz? Dane-se." Frio? Egoísta? Talvez. Realista? Sem dúvidas. É assim que as coisas são.
Um estranho, um avulso, alguém sem importância. Quem se importa?
Agora... E se é alguém de quem você gosta?
Durma com um barulho desses, jovem gafanhoto...



Outra coisa: e o esperar demais?
Passar dias imaginando como será alguma coisa e, quando ela acontece, não é em absoluto como você queria.
O que você faz? Diz que está desapontado? Diz que esperava mais? Que esperava sentimentos e não piadas?
Talvez sim. Talvez não... O mundo é complicado demais pra quem simplesmente sente, sem pensar. Pra quem fala o que sente e depois espera pra ver. Não, não se pode ser assim. Você sente uma coisa mas fala outra. Pondera sobre o que vai causar menos impacto. E daí... bem... daí vê que não pode falar o que sente. E fala outra coisa.
Mas o que você sente continua ali. Guardado. Enrolado. Amassado. Mas pulsante. Vívido. E acumulando.
E o desafio é o seguinte: segure sentimentos por muito tempo, amiguinho. Ou melhor: tente segurar sentimentos por muito tempo.
Não dá.

Por isso que saber esconder é bom. Ou pelo menos tentar. Molde um sorriso no rosto. Um que esconda lágrimas, que silencie muxoxos, que cale suspiros. E então, mostre que o que sente jamais será mostrado.


Máscaras são importantes, jovem. Importantíssimas. Heróis não usariam-nas se não fossem, não?


4 comentários:

  1. "Existe uma leve diferença entre a dita pessoa não estar bem e não estar bem com você"

    ok, e quando essa pessoa fica bem com você mas você não pode fazê-la ficar bem? Será que uma máscara adiantaria?

    ResponderExcluir

É sério?